Dias e dias longe de casa, conhecimento detalhado das estradas brasileiras e muitas histórias para contar. Assim podemos definir em poucas palavras o perfil do motorista de caminhão, uma das profissões mais importantes especialmente no Brasil.
Com uma carga de trabalho puxada e necessidade de ficar longe da família por muitos dias, aqueles que pegam a estrada sabem mais do que ninguém que há muitos desafios na profissão. Ainda assim, a estrada é uma paixão para muitos e graças a esses profissionais boa parte da produção brasileira, seja da indústria ou do comércio, circula pelo país.
Segundo dados da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), atualmente cerca de 2 milhões de motoristas de caminhão circulam todos os anos pelas nossas estradas – o que corresponde a 3,4% da população de homens economicamente ativas no país.
Especialização é essencial para ser um bom caminhoneiro
Antes de tudo, não basta apenas saber dirigir para se tornar um caminhoneiro. Os profissionais que pegam a estrada precisam ter habilitação específica para isso – no caso, CNH nas categorias “D” e “E”, de acordo com o tamanho de veículo e do tipo de carga transportada. Além disso, há cursos profissionalizantes que visam capacitar os caminhoneiros para os mais variados tipos de carga.
Portanto, experiência é uma característica marcante desses profissionais. As estradas brasileiras, infelizmente, não são um exemplo de qualidade e isso torna os desafios enfrentados pelos motoristas de caminhão ainda mais complexos. Não se trata apenas da forma de guiar – com segurança e sempre respeitando as leis de trânsito – mas sim de saber como gerenciar as viagens para chegar ao destino final da melhor maneira possível.
4 curiosidades sobre os caminhoneiros
Mesmo os caminhoneiros mais experientes ainda desconhecem alguns detalhes sobre a cultura das estradas brasileiras e a história dessa profissão. Listamos aqui alguns curiosidades sobre o trabalho dos motoristas de caminhão para que você tenha ainda mais histórias para contar.
1. A primeira mulher caminhoneira é brasileira
A profissão de motorista de caminhão é uma função predominantemente masculina. Segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apenas 0,5% dos profissionais são do sexo feminino. Ainda é muito pouco, mas a presença delas têm aumentado especialmente nos últimos anos, afinal foi aqui no Brasil que elas começaram a pegar na boleia.
A consultoria Rank Brasil aponta Neiva Chaves Zelaya, carinhosamente conhecida como “Tia Neiva”, como a primeira mulher a adotar a profissão no Brasil. Ela tirou a habilitação na década de 50, comprou um caminhão e começou a percorrer as estradas, em uma época em que ela era praticamente a única na profissão.
2. As famosas frases de para-choque são uma invenção dos argentinos
Um caminhoneiro que se prese tem uma frase de para-choque de impacto para que todos possam ver na estrada. Essa é uma tradição que se popularizou no Brasil, mas foi inspirada nos caminhoneiros argentinos, que têm até o hoje o hábito de decorar os caminhões com desenhos e frases.
Esse costume cresceu por aqui nos anos 80 – ainda que antes disso, desde os anos 50, já fosse possível ver uma ou outra frase pelas estradas. Hoje, as frases de caminhoneiros são tão marcantes que basta fazer uma busca na internet para encontrar centenas delas em sites especializados. Faz parte da cultura do brasileiro.
3. “Coruja”, “muriçoca” e “bucha”: as gírias que só os caminhoneiros conhecem
Como acontece em toda profissão, há gírias e termos específicos que só os profissionais da área conhecem e entre os caminhoneiros não é diferente. Se você é caminhoneiro hoje, provavelmente já foi um “chapa” [ajudante que carrega ou descarrega o caminhão] em algum momento. Veja algumas das expressões mais consagradas:
- Bucha: serviço ou carga ruim;
- Cachorro louco: caminhoneiro que dirige de forma imprudente;
- Chapa: ajudante que carrega ou descarrega o caminhão;
- Cheiroso: caminhão que transporta suínos;
- Coruja: motorista que prefere dirigir à noite;
- Cristal: a esposa do caminhoneiro;
- Filé: serviço ou carga boa, com bom retorno financeiro;
- Muriçoca: caminhão pequeno ou velho.
4. Solidão e falta de infraestrutura são vistos como maiores problemas
Se os caminhoneiros pudessem fazer apenas duas reclamações sobre a profissão no Brasil, certamente as mais votadas seriam a “solidão” e a “falta de infraestrutura nas estradas”.
Por sermos um país de dimensões continentais, viagens longas são uma rotina para muitos profissionais, que muitas vezes precisam passar mais de uma semana na estrada, longe da família. É por isso que a relação entre os caminhoneiros é tão forte, pois muitas vezes os colegas de profissão são as únicas pessoas com quem conversar nos postos de parada por dias a fio.
Já a falta de suporte nas estradas brasileiras é outro problema clássico. Nem sempre há locais apropriados para descansar, comer, tomar um banho ou mesmo receber atendimento médico. Por isso, locais que oferecem infraestrutura adequada e trechos nos quais a estrada é boa, sinalizada e iluminada são os mais disputados pelos bons profissionais.
Cortando o trecho: sempre em busca das melhores viagens
Por essas e outras é que os caminhoneiros estão sempre em busca das melhores opções de viagem. Há muitas barreiras que tornam o dia a dia do profissional mais complicado e buscar as melhores ofertas de cargas é o melhor caminho para tornar a rotina mais lucrativa e prazerosa.
Os parceiros da Melck têm diversas vantagens como recebimento de ofertas de carga direto no WhatsApp, prioridade de carregamento em zonas de rodagem e até 100% do pagamento adiantado. Cadastre-se e carregue com a gente.